quinta-feira, 18 de abril de 2013

"Eurodeputados vetam proposta para salvar mercado do CO2"


Numa contextualização temática das emissões de CO2 para a atmosfera, considerei interessante abordar uma notícia publicada no Jornal Público no dia 16/04/2013, relativa ao veto dos Eurodeputados (Parlamento Europeu) perante uma proposta de salvamento do mercado de emissão de gazes atmosféricos, pela Comissão Europeia.

Em 2005, foi criado o Comércio Europeu de Licenças de Emissões, cujo objectivo passava por reduzir a poluição carbónica das indústrias, que carecem de licenciamento para os devidos efeitos. Nesse contexto, a Comissão vinha propor o adiamento da venda de licenças equivalentes a 900 milhões de toneladas de CO2 planeada até 2015, com o objectivo de aumentar o preço do carbono que sofreu um decréscimo de 30€ para 3€ por tonelada, no espaço de 3 anos dado que o excesso de oferta fez os preços decaírem, tornando mais acessível a compra das licenças do que o investimento na redução da poluição. A Comissão tinha exactamente o objectivo adverso, o de controlar as emissões mediante a obrigatoriedade das licenças e não, facultar a sua aquisição mas dado o decréscimo do preço, verificou-se o efeito contrário ao pretendido.

A fundamentação relativa à rejeição do leilão das licenças inutilizadas, baseou-se na subida do preço do CO2. Argumentou-se que essa subida traria efeitos nefastos para a indústria e que iria implicar um aumento nas facturas de electricidade uma vez que este sector teria de comprar inúmeras licenças. No entanto, a Quercus considera que a proposta não foi de todo inviabilizada e que irá tornar ao Parlamento Europeu, havendo ainda quem acrescente que a credibilidade da Comércio Europeu de Licenças de Emissões, cujo objectivo seria controlar as emissões de gazes atmosféricos mediante a atribuição das referidas, decaiu e assim permanecerá durante largos anos.

 

A título pessoal, creio de salientar que, uma vez mais os interesses privados prevaleceram sobre o interesse público. É do interesse geral a diminuição da emissão gases atmosféricos, não só pelos efeitos nefastos relativos à camada do ozono mas também, e não menos importante, a considerável diminuição da qualidade de vida de cada cidadão. Talvez a solução passe pela criação de um maior número de propostas como esta, bem como a maior persistência e dinamismo por parte das entidades responsáveis e reguladoras na aplicação de normas sancionatórias e respectivas coimas. O ambiente tem sofrido maiores e mais fortes agressões ao longo dos anos, agressões essas que terão de ser controladas sempre com vista ao aumento da qualidade de vida de cada um de nós cidadãos.

 


 

Mónica Lopes

Nº16794

 

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