terça-feira, 23 de abril de 2013

Combate à poluição dos oceanos




A poluição dos oceanos assume-se como um dos maiores problemas a nível ambiental, afinal, já há muitos anos que o mar tem sido usado como a maior lixeira da Terra. Embora aproximadamente 71% da superfície da Terra seja constituída por oceanos, não obstante da sua imensidão, os mesmos não podem continuar eternamente a absorver os nossos desperdícios.

Os oceanos constituem o receptor final da maior parte das substâncias poluidoras, não só devido aos cursos de água portadores de resíduos intencionalmente descarregados ou a acidentes de navegação, mas também devido a uma enorme quantidade de detritos provenientes da erosão dos continentes e do seu litoral.

Foi com base nesta realidade que Boyan Slatt, um jovem estudante de engenharia aeroespacial de 19 anos, desenvolveu um sistema cujo objectivo será limpar 7.250 milhões de toneladas de plástico dos Oceanos no espaço temporal de cinco anos. O sistema Ocean Clean Up, consistente numa plataforma flutuante que circula pelo oceano, ainda que numa fase algo embrionária, foi apresentado numa conferência TED (Ideas worth spreading) e já ganhou vários prémios.

O sistema apresenta duas grandes vantagens. A primeira é a sua autossustentabilidade, uma vez que se procurou conciliar a protecção do ambiente com uma fonte de energia não prejudicial ao mesmo: assim, aliando a tecnologia com o ambiente, o sistema alimenta-se da própria energia fornecida pela natureza, designadamente da energia solar e da energia das correntes e das ondas. A segunda vantagem é de carácter mais económico, também ela importante na medida em que um projecto visionário como este carece sempre de suporte financeiro: assim, nessa perspectiva, a equipa por detrás deste projecto estima que o plástico recolhido pelo sistema, depois de vendido, gerará lucro, fazendo mais dinheiro do que aquele à partida se pensa que este projecto poderá custar.

A segunda vantagem de que falei poderá, no entanto, vir a assumir-se como a sua grande (e aparentemente única) desvantagem, caso o projecto custe substancialmente mais do que previsto e/ou o plástico recolhido não venha a ser suficiente para atrair investimento. Por esta mesma razão, a equipa procura, neste momento, angariar fundos para poder proceder a uma avaliação da viabilidade do projecto. Pelo que pode ser lido no respectivo site, o objectivo passa por recolher 80.000 dólares, sendo que no momento em que escrevo este texto já foram angariados mais de 20.000 dólares.

Caso consiga provar a viabilidade do sistema, este projecto, que conta com mais de cinquenta engenheiros, modeladores, especialistas externos e estudantes a trabalhar no seu desenvolvimento, poderá contribuir – e muito – para o salvamento dos oceanos e para a protecção de toda a vida marinha que neles habitam.

Caso estejam interessados em saber mais a propósito deste projecto revolucionário, poderão encontrar mais informações no respectivo site, http://www.boyanslat.com/plastic4/. Aconselho, também, a procurarem no youtube a apresentação do responsável pelo mesmo, no âmbito de uma conferência TED (Nota: para quem não sabe as conferências TED Talks são realizadas por todo do Mundo, consistindo na apresentação e divulgação de projectos visionários bastante interessantes, também no âmbito ambiental mas não só).

 

Filipe Valentim Ramos, 4º ano - Subturma 3

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