A poluição
dos oceanos assume-se como um dos maiores problemas a nível ambiental, afinal,
já há muitos anos que o mar tem sido usado como a maior lixeira da Terra.
Embora aproximadamente 71% da superfície da Terra seja constituída por oceanos,
não obstante da sua imensidão, os mesmos não podem continuar eternamente a
absorver os nossos desperdícios.
Os oceanos
constituem o receptor final da maior parte das substâncias poluidoras, não só
devido aos cursos de água portadores de resíduos intencionalmente descarregados
ou a acidentes de navegação, mas também devido a uma enorme quantidade de
detritos provenientes da erosão dos continentes e do seu litoral.
Foi com base
nesta realidade que Boyan Slatt, um jovem estudante de engenharia aeroespacial
de 19 anos, desenvolveu um sistema cujo objectivo será limpar 7.250 milhões de
toneladas de plástico dos Oceanos no espaço temporal de cinco anos. O sistema Ocean Clean Up, consistente numa
plataforma flutuante que circula pelo oceano, ainda que numa fase algo
embrionária, foi apresentado numa conferência TED (Ideas worth spreading) e já ganhou vários prémios.
O sistema
apresenta duas grandes vantagens. A primeira é a sua autossustentabilidade, uma
vez que se procurou conciliar a protecção do ambiente com uma fonte de energia
não prejudicial ao mesmo: assim, aliando a tecnologia com o ambiente, o sistema
alimenta-se da própria energia fornecida pela natureza, designadamente da
energia solar e da energia das correntes e das ondas. A segunda vantagem é de carácter
mais económico, também ela importante na medida em que um projecto visionário
como este carece sempre de suporte financeiro: assim, nessa perspectiva, a
equipa por detrás deste projecto estima que o plástico recolhido pelo sistema,
depois de vendido, gerará lucro, fazendo mais dinheiro do que aquele à partida
se pensa que este projecto poderá custar.
A segunda
vantagem de que falei poderá, no entanto, vir a assumir-se como a sua grande (e
aparentemente única) desvantagem, caso o projecto custe substancialmente mais
do que previsto e/ou o plástico recolhido não venha a ser suficiente para
atrair investimento. Por esta mesma razão, a equipa procura, neste momento,
angariar fundos para poder proceder a uma avaliação da viabilidade do projecto.
Pelo que pode ser lido no respectivo site, o objectivo passa por recolher
80.000 dólares, sendo que no momento em que escrevo este texto já foram
angariados mais de 20.000 dólares.
Caso consiga
provar a viabilidade do sistema, este projecto, que conta com mais de cinquenta
engenheiros, modeladores, especialistas externos e estudantes a trabalhar no
seu desenvolvimento, poderá contribuir – e muito – para o salvamento dos
oceanos e para a protecção de toda a vida marinha que neles habitam.
Caso estejam
interessados em saber mais a propósito deste projecto revolucionário, poderão
encontrar mais informações no respectivo site, http://www.boyanslat.com/plastic4/. Aconselho, também, a procurarem no youtube a apresentação do
responsável pelo mesmo, no âmbito de uma conferência TED (Nota: para quem não
sabe as conferências TED Talks são realizadas
por todo do Mundo, consistindo na apresentação e divulgação de projectos visionários
bastante interessantes, também no âmbito ambiental mas não só).
Filipe
Valentim Ramos, 4º ano - Subturma 3
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