domingo, 31 de março de 2013

Componentes ambientais naturais


Componentes ambientais naturais

A Lei de Bases do Ambiente aprovado pela Lei nº 11/87, de 07 de Abril com as alterações introduzidas pela Lei nº 13/2002, de 19 de Fevereiro, no seu art. 6º, sob a epígrafe componentes ambientais naturais prevê: o ar (art.8º), a luz (art. 9º), a água (art. 10º), o solo vivo (art.13º) e subsolo (art14º), a flora (art. 15º) e a fauna (art.16º).
O ambiente engloba todas estas componentes, envolve todo um conjunto de coisas vivas ou não, que ocorrem na Terra, ou em alguma parte específica da mesma que afeta os ecossistemas e a vida dos humanos. Por sua vez, ‘qualidade ambiental’ é um conjunto de características e propriedades do ambiente, é o estado do meio ambiente ecologicamente equilibrado que proporciona uma qualidade de vida digna para o ser humano.
         Apesar de todas as componentes ambientais naturais terem uma importância incontestável, optei por me debruçar apenas por aquele que nós respiramos, o ar.
O ar é composto principalmente de nitrogênio, oxigênio e argônio, que juntos constituem a maior parte dos gases da atmosfera. O maior problema que este componente enfrenta é a poluição atmosférica, ou seja, a alteração da constituição dos elementos acima expostos que pode ser ocasionada pelas indústrias, transportes, queimadas, fábricas nucleares, radiações por radiofrequência...
Impõe-se assim ao poder público estabelecer normas legais e administrativas para limitar estes efeitos poluentes que são lançados no ar atmosférico, de modo a não causar prejuízo à saúde e ao meio ambiente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem aqui um papel fundamental para delimitar os índices e alertar para os perigos que advêm dos referidos agentes poluidores.
Os veículos são umas das fontes móveis que mais emitem poluentes, daí a razão de ser evidente a preocupação crescente por parte dos fabricantes de veículos, de motores e de combustíveis, em estabelecer limites à emissão desses poluentes, com vista à respetiva redução. Os veículos elétricos vieram dar um inegável contributo nesta matéria, uma vez que não emite gases efeito estufa, nem ruído nem qualquer tipo de poluentes.
     A medição da qualidade do ar desempenha um papel importante na consciência das pessoas, no sentido de alertá-las. O índice de qualidade do ar de uma determinada área resulta da média aritmética calculada para cada um dos poluentes medidos em todas as estações da rede dessa área. A título de curiosidade, Lisboa encontra-se num nível médio ao contrário de São Paulo que é três vezes mais tóxico que o limite estabelecido pela OMS.
A poluição do ar tem reflexos na nossa saúde, foram feitas pesquisas que provam que uma hora pedalando a meio do tráfego é suficiente para aumentar significativamente os riscos de doenças cardíacas. O Laboratório de Poluição Atmosférico da USP afirmou “(…) o paulistano perde, em média, dois anos de vida devido à poluição ambiental…”. Um artigo da Revista Annals of Internal Medicine refere que as partículas contidas no ar poluído podem causar coágulos sanguíneos nas pernas. Na verdade, esse artigo resultou de uma pesquisa a 2.000 pessoas do norte de Itália através da qual foi possível constatar que o risco de ocorrência de trombose profunda das veias era 70% maior quando a pessoa está exposta a emissão dos veículos e fábricas composta de carbono, nitratos, metais e outros materiais. Outra situação curiosa é ter-se apurado que em Dublin houve uma redução de 10,3% de mortes originadas por doenças cardíacas como resultado do facto de o governo e a população ter retirado a queima de carvão nas fábricas.
No que concerne ao tabagismo, constatou-se que 40% das mulheres expostas ao tabagismo passivo na infância ou na idade adulta por um período de seis horas ou mais por dia, têm mais risco de sofrer abortos espontâneos ou dificuldades de engravidar segundo a Universidade de Rochester, EUA além de que aumenta 20% a 30% o risco de desenvolver cancro do pulmão entre outras consequências. A OMS fez uma pesquisa e apurou que 1% das mortes, equivalente a 600 mil, só em 2004, são causadas pelo fumo passivo, tais como doenças cardíacas, respiratórias e o cancro do pulmão, sendo que as crianças são as mais vulneráveis. As mulheres perdem, em média 14 anos de vida e os homens 10 anos, segundo dados recolhidos em 192 países.
Desde 1 de janeiro de 2008 é proibido fumar em recintos públicos fechados em Portugal, o que considero uma medida muito importante em prol da nossa saúde.
Quando se fala no efeito estufa no ar, referimo-nos ao isolamento térmico do planeta, devido às concentrações de gases na camada atmosférica impedindo que os raios solares, uma vez refletidos, voltem ao espaço. O efeito estufa natural tem por função manter o planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida. Acontece que a sua intensificação está a levar ao descongelamento dos polos e à expansão das moléculas da água, aumentando, dessa forma, o nível do mar, causando acidez das águas marinhas, secas e chuvas intensas na Europa, inundações na Ásia, secas na África e proliferação de furacões, tornados e ciclones cada vez mais intensos. O principal causador deste fenómeno é o gás carbônico emitido pelos automóveis, indústrias e queima de combustível fóssil. O Reino Unido é um dos mais afetados pelas consequências negativas do efeito estufa e tem feito pesquisas de modo a evitar e a mudar o comportamento das pessoas naquilo que está ao seu alcance.
Os automóveis não são o único meio de transporte que poluem o ar, na verdade, os aviões, que cada vez mais são utilizados pelas pessoas nos dias de hoje representam 3% das emissões de dióxido de carbono (CO2) da UE, de acordo com o relatório “Aviação e a Atmosfera Global” do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática. Pode parecer irrelevante mas o CO2 pode permanecer na atmosfera por centenas de anos, além de que emite ainda óxido nítrico e dióxido de nitrogênio, aumentando a concentração de ozônio na troposfera (a camada inferior da atmosfera), o que agrava o aquecimento global. Os navios também “ajudam”, pois emitem cerca de 1.100 toneladas de poluição particulada globalmente em cada ano, verificou-se que a densidade do tráfego e a poluição são particularmente elevadas em torno dos portos com maior atividade. A poluição afeta não só os peixes mas também as cidades portuárias.
Por sua vez, o consumo de petróleo tem vindo a aumentar e parece que é essa a tendência e se assim for, as emissões de dióxido de carbono derivado da queima do petróleo vão crescer mais de 50% até 2030 segundo a Agência Internacional de Energia. Estima-se que haja hoje 800 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera e se alcançar os 950 bilhões as mudanças climáticas vão se acelerar de forma dramática, mesmo que posteriormente todas as emissões sejam eliminadas.
O aquecimento global faz com que haja uma elevação contínua da temperatura média. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já solicitou medidas urgentes para lutar contra as alterações climáticas, "Não podemos ter mais dúvidas sobre o aquecimento global. Os seus efeitos são já visíveis", declarou a Directora - Geral da OMS, Margaret Chan, num comunicado e acrescentou "O problema essencial pode resumir-se em poucas palavras: as alterações climáticas colocam directamente em perigo a saúde. Os efeitos do aquecimento do planeta vão ser brutais e fortemente sentidos provocando alterações no ar, na água, nos hábitos alimentares, na longevidade e nas doenças". Tudo o que já aconteceu por exemplo, as ondas de calor na Europa em 2003, que afectaram mais 70 mil pessoas do que é normal nestas situações, o Katrina em 2005 que fez mais de 1.800 mortes e desalojou milhares de pessoas podem ser só uma amostra do que ainda está para vir.
A ONU divulgou que 259 dos 360 desastres naturais que ocorreram em 2008 resultaram directamente do aquecimento global o que significa um aumento de 20% relativamente a 2007. Muitos ambientalistas tinham grandes expectativas em relação ao processo de negociações climáticas da ONU e acreditavam que o processo acabaria por resultar num acordo global para a redução das emissões de gases do efeito estufa o que até hoje não foi possível concretizar.
Os impactos na saúde, como já referimos anteriormente são avassaladores, estimando-se que o aumento de 1ºC na temperatura do planeta possa representar mais de 20 mil mortes por ano. Estas alterações climáticas agravam a saúde da população, aumentando a incidência de epidemias e doenças como o dengue e a malária. Segundo o pesquisador Ulisses Confalonieri, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o ciclo dessas doenças tende a piorar devido ao aumento da temperatura em certas regiões e ainda por causa das inundações em resultado das chuvas que se tornarão mais frequentes em algumas localidades. Aliás, temos a situação recente do aparecimento do dengue na ilha da Madeira com mais de 2,1 mil casos. A OMS calcula que em 2080 o número de casos de dengue em todo o mundo pode chegar a 2 milhões.
Estes impactos não se fazem sentir só na saúde da humanidade, mas também no ambiente, como temos o exemplo da Antártida. Existe um grande receio de que os glaciares vão se desintegrando, rompendo e o escoamento da água possa servir como lubrificante para propiciar o degelo mais rápido. Se tal continuar a ocorrer, o nível global dos oceanos poderá aumentar em vários metros, os mantos da Antártida e da Groenlândia lideram o degelo e serão os maiores responsáveis por essa elevação. Além do reflexo que tem na vida animal a colônia do pinguim Imperador Adelie na Terra da Antártida pode diminuir em 95% antes do fim do século se o gelo do mar continuar a cair como no ritmo actual. Na verdade, as alterações climáticas que se têm vindo a verificar ameaçam profundamente uma série de espécies árticas, incluindo a raposa do ártico, que continua a perder terreno como a raposa vermelha que se move para o norte. A temperatura média da região subiu cerca de 5ºC no último meio século.
O impacto do aquecimento global no Ártico também tem provocado uma redução drástica no gelo marinho, o que é verdadeiramente preocupante se pensarmos que todo o ecossistema depende desse gelo marinho. As pessoas por vezes não têm noção da importância destas questões, mas o gelo do Ártico é um factor de manutenção do clima global. A diferença de ar frio dos polos e o ar quente do Equador coloca em marcha as correntes marinhas e os ventos, sendo que este gelo ajuda a manter o frio no polo Norte, pois reflete a radiação solar de volta ao espaço. E um estudo divulgado nos EUA mostrou que 90% do Ártico está coberto por uma camada de gelo fino e frágil.
Por sua vez, a floresta encerra uma grande biodiversidade e garante o necessário equilíbrio ecológico e por isso tem vindo cada vez mais a ser reconhecida como um espaço de importância fundamental para a manutenção dos valores naturais e para a melhoria da qualidade de vida das populações, além de que exerce várias funções de autorregulador de temperaturas terrestre. Absorve o gás carbônico (CO2), principal responsável pelo efeito estufa, e expele O2, purificando o ar (fotossíntese). Evita também a penetração dos raios solares no solo e a sua destruição colocará em risco esse processo, pois se esses raios atingirem o solo vão fazer com que o lençol freático rebaixe. As florestas são depositárias de dois quintos de todo o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres, pelo que são consideradas como os “pulmões do mundo” ou “sumidouros de carbono”. Para tentar inverter a situação actual, ou seja, para absorver o carbono (CO2) que emitimos para a atmosfera (um dos gases responsáveis pelo efeito de estufa), seria necessário plantar uma média de 1000 árvores por pessoa e por ano. O que está hoje ao nosso alcance é tentar evitar os incêndios florestais, através da limpeza dos terrenos, não fazer fogueiras, ter mais cuidado com as queimadas com fins agrícolas ou de pastorícia, apoiar e incentivar as campanhas publicitárias que alertam para o risco de incêndio, ter mais guardas florestais em vigilância pelas florestas, procurar mais e melhores meios de combate aos incêndios, investir na plantação de novas árvores depois do corte das velhas, ter em atenção os seres vivos prejudiciais (doenças e pragas ) às arvores e fazer uma exploração racional das florestas. A destruição dos pântanos também acelera o aquecimento global, a sua área ocupa 6% do planeta e guarda cerca de 771 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, logo, se esse material entrar na atmosfera, a concentração de carbono no ar passaria a ser o dobro da actual.
A variação de temperatura é uma preocupação constante, o aquecimento global antrópico (causado pelos homens) pode alterar o regime das chuvas, aliás estima-se que o aumento da temperatura entre 2070 e 2100 poderá duplicar a ocorrência dessas chuvas com potencial de causar enchentes até o final do século. Uma atmosfera carregada de gases de efeito estufa favorece o surgimento de tempestades. Nos EUA, nos últimos anos, as cheias mataram mais do que os raios ou os tornados.
É ainda necessário referir a energia nuclear, hoje há muitas atividades que envolvem a utilização de material radiativo, tais como armamentos, medicina e energia elétrica. É uma fonte de poluição do ar e as  suas radiações são capazes de modificar a genética humana e levar à sua morte ou causar sequelas irreversíveis. Trata-se de produtos lançados ao meio ambiente em decorrência de um acidente nuclear ou pelo inadequado armazenamento desses materiais perigosos, que podem ser obtidos durante o processo produtivo ou na utilização de combustíveis nucleares. Esta poluição radioativa é a modalidade mais perigosa para o ser humano. Todos nós sabemos que os japoneses estão a sofrer as consequências das radiações emitidas pelas bombas atômicas lançadas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki em 1945. Devemos assim adotar medidas preventivas, tais como medições das radiações periodicamente nas instalações nucleares para evitar que estejam acima dos limites aceitáveis pela legislação, deverá também haver um sistema de alarme para avisar a população que vive nas proximidades de maneira rápida e eficaz.
Ao apercebermo-nos das ameaças que insistentemente apontam para a realidade ambiental que nos rodeia, somos levados a refletir sobre o princípio do desenvolvimento sustentável, que se encontra previsto no art. 66º da CRP. Este princípio tem como objectivo atender as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras em satisfazer as suas próprias necessidades que está no fundo relacionada com o principio racional dos recursos naturais.
Antes, o crescimento económico e o progresso eram uma prioridade, hoje, apesar de ainda haver alguma falta de consciencialização em relação às causas ambientais, a população já não aceita a falta de responsabilidade em relação a saúde do planeta. A poluição, a devastação das florestas, a destruição e desperdício dos recursos naturais são preocupações no nosso dia-dia. Considero que o crescimento económico e a preservação ambiental podem ser dois interesses conciliáveis desde que a sociedade consiga organizar-se através de um planeamento rigoroso, não comprometendo a qualidade de vida ambiental das próximas gerações.
Esta preocupação com o meio ambiente foi materializada com a assinatura do Protocolo de Quioto em 1997 através do qual estabeleceram-se para os países desenvolvidos, metas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
Os países que não conseguirem atingir o objetivo de redução podem compensar o problema, comprando créditos de carbono gerado em projetos de países em desenvolvimento. Propôs-se assim que os países industrializados deviam reduzir as respectivas emissões de gases em 5%, no período entre 2008 e 2012, tendo como referência os níveis de 1990.
No final de 2012, depois de muito impasse, conseguiu-se alcançar o acordo para estender o protocolo de Quioto até 2020. As negociações contaram com a presença dos países responsáveis por 15% das emissões mundiais, depois de o Canadá, o Japão, a Nova Zelândia e a Rússia optarem por ficar de fora do acordo. Os Estados Unidos nunca chegaram a ratificar o acordo de Quioto para o combate às alterações climáticas, justificando a sua decisão com o facto de a China não estar no acordo.
Uma das últimas grandes conquistas alcançadas através deste protocolo foi ter-se estabelecido o Mecanismo de Perdas e Danos, através do qual, os países ricos devem compensar financeiramente os países pobres pelas perdas e danos provocados pelas alterações climáticas.
Independentemente das críticas que se possam fazer, considero que o Protocolo de Quioto tem dado importantes passos na defesa da “saúde” do nosso planeta.
Todo este trabalho fez-me reflectir na relevância que de facto os nossos comportamentos têm na nossa vida, fez me relembrar que a qualidade do ambiente é algo fulcral no nosso dia-dia e que é um problema cada vez mais actual e muito complicado de solucionar.
Na actualidade presenciamos movimentos de sensibilização ambiental que pretendem atingir uma predisposição da população para uma mudança de atitudes que tem de ser conjugada com a educação, ou seja, têm de ser apresentados meios de mudança de modo a que seja tomada a atitude mais correcta para o ambiente.
Independentemente dos citados movimentos, cada um de nós tem que assumir a sua responsabilidade na defesa do ambiente, com pequenos gestos diários podemos contribuir para um planeta mais limpo e transmitir às gerações mais novas que os recursos naturais são finitos por isso há-que preservá-los.




Inês Dantas Andrade Lomelino de Freitas, nº19631 , subturma 3 

sábado, 30 de março de 2013

A reforma da Política Agrícola Comum


“Os Ministros da Agricultura da União Europeia deverão definir esta semana a sua posição negocial sobre reforma da Política Agrícola Comum (PAC), esperando-se um acordo com o Parlamento Europeu e a Comissão até final de junho, avança a agência Lusa. Recorde-se que o Parlamento Europeu adoptou dia 13, 4 propostas legislativas sobre a reforma da PAC”, in Destake.

“A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, afirmou-se confiante, em Bruxelas, num “fecho equilibrado” da reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que está a ser actualmente negociada, apontando que Portugal já garantiu “ganhos significativos”.
“Nós estamos prestes a fechar os regulamentos da reforma da PAC e, neste momento, estamos muito próximo de ter o objectivo assumido por Portugal e por outros países de conseguirmos ter uma reforma mais equilibrada entre os países e dentro do nosso próprio país, evitando transições abruptas que seriam muito nefastas para alguns sectores, e, ao mesmo tempo conseguirmos uma agricultura muito mais amiga do ambiente”, declarou.
Assunção Cristas, que falava à margem de uma reunião de ministros da Agricultura dos 27, iniciada na segunda-feira, com vista a ser acordada a posição negocial do Conselho (Estados-membros), disse que, neste momento, há “ganhos significativos já assegurados para Portugal” relativamente à proposta inicial da Comissão Europeia, dando quatro exemplos.
Segundo a ministra, casos de ganhos são “o apoio a novas áreas regadas, que estava prejudicada pelas propostas iniciais da Comissão”, a possibilidade de se apoiar “de forma mais generosa as florestas, com taxas de apoio melhores do que aquelas que estavam propostas”, a possibilidade de se considerarem como “amigas do ambiente” e, portanto, com uma ajuda a 100%, áreas de cultura permanentes, nomeadamente pomares extensivos, e, por fim, a possibilidade “de prolongar um sistema de direitos de plantação da vinha”. In SOL.

A Política Agrícola Comum da União Europeia (PAC) é um sistema de subsídios à agricultura e programas de desenvolvimento em áreas afins, parte do primeiro dos três Pilares da União Europeia, designado como Comunidades europeias. Foi criada em 1962, tendo como objetivos principais assegurar o abastecimento regular de géneros alimentícios e garantir aos agricultores um rendimento em conformidade com os seus desempenhos.
Tal como se encontram enunciados no artigo 39º do Tratado de Roma (1957), os objectivos da PAC são:

>Aumentar a produtividade agrícola;
>Garantir um bom nível de vida à população agrícola;
>Estabilizar os mercados;
>Garantir os fornecimentos regulares;
>Garantir preços razoáveis no abastecimento ao consumidor.

(Para saber mais sobre o PAC, http://www.gpp.pt/pac2013/)

A agricultura representa cerca de 40% do orçamento anual da UE e tem estado no centro das políticas europeias desde os primórdios do projecto de cooperação europeia. A última revisão da PAC ocorreu em 2003, mas o alargamento da UE aos 12 novos Estados-Membros, entre 2004 e 2007, tornou evidente que a política agrícola tem que evoluir de forma a responder aos novos desafios.
O Parlamento Europeu aprovou a 13 de março uma série de alterações às propostas de reforma da política agrícola comum (PAC) para assegurar que esta seja mais amiga do ambiente, mais equitativa entre Estados-Membros e mais transparente. As alterações aprovadas em plenário vão ser a base para as negociações com os governos nacionais, que arrancam no início de abril (para saber a medidas acordadas http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/03/20c.htm#.UVdazRfwl1F).
As quatro propostas legislativas sobre a reforma da PAC dizem respeito aos pagamentos diretos aos agricultores, à organização comum de mercado (OCM única), ao desenvolvimento rural e a um regulamento horizontal sobre o financiamento, a gestão e o acompanhamento da PAC.
É a primeira vez que o Parlamento Europeu legisla em pé de igualdade com o Conselho de Ministros da UE sobre a política agrícola. Os eurodeputados definiram a 13 de março o mandato que o Parlamento vai levar para a mesa de negociações com o Conselho e a Comissão, que deverão começar a 11 de abril e que se espera estarem concluídas até ao final deste semestre.
Os principais desafios desta revisão incluem a distribuição mais justa do dinheiro entre os "antigos" e "novos" Estados-Membros da EU, menos burocracia, incentivos a uma agricultura mais verde, a garantia de preços mais justos para os agricultores e uma maior competitividade no contexto do mercado global.

Uma PAC mais verde
Para acabar com os diferentes sistemas do regime de pagamentos diretos na UE, as regras propostas preveem um novo regime de "pagamento de base". Este estará, como atualmente, subordinado ao respeito de certas normas ambientais (eco-condicionalidade), mas com diversas simplificações.
Além deste pagamento de base, cada exploração deverá receber um pagamento por hectare por respeitar uma série de práticas agrícolas benéficas para o clima e o ambiente, podendo os Estados-Membros utilizar 30% das dotações nacionais para esse pagamento.
O PE defende que o chamado "greening", ou "ecologização", deve manter-se no 1° pilar da PAC (pagamentos directos), como proposto pelo executivo comunitário.
O plenário manteve as três medidas centrais do "greening" - a diversificação das culturas, a manutenção dos prados permanentes e a criação das zonas de interesse ecológico -, mas introduziu uma maior flexibilidade para estas medidas, para que sejam tidas em conta questões como a dimensão das explorações agrícolas.

Apesar dos Princípios e Objectivos da PAC as desigualdades entre países da UE têm sido acentuada. Aguarda-se, com expectativa, as necessárias reformas.


Ana Maria Veiga de Macedo Guedes Cardoso, nº16478

O caminho da submersão



"À medida que o nível médio das águas do mar sobe, Tuvalu vai sofrendo inundações e o aumento da erosão costeira. Bem antes da submersão, as condições de sobrevivência no país já começaram a estar comprometidas, pois a intrusão da água salgada contamina o solo e a água potável, prejudicando a produção de alimentos. 
A situação é tão grave que já existe inclusive um acordo com a Nova Zelândia para que esta receba os habitantes do arquipélago. Válido desde 2002, o acordo permite que 75 pessoas por ano se fixem no território neozelandês; em caso de submersão total, a Nova Zelândia acolherá a restante população, na sua maioria de origem polinésia. Preocupado com o futuro do seu país, foi o primeiro-ministro de Tuvalu que solicitou ao governo da Nova Zelândia abrigo para o seu povo. Com isso, criou uma questão inédita para a diplomacia mundial: o que fazer com os refugiados ambientais resultantes do aquecimento global? Receosa de abrir um precedente perigoso, a Nova Zelândia concordou em criar aquele programa de imigração para tuvaluanos, mas fez questão de deixar claro que a iniciativa não se baseava no problema ambiental, mas sim num antigo elo entre os dois países. A ressalva tem lógica. Nenhum governo quer tornar-se no salvador das nações alagadas.
Apesar de Tuvalu ser o primeiro país cujo povo será obrigado a fugir por conta da elevação do mar, o seu problema não é o único, nem o mais complicado. A logística para deslocar cerca de 11 mil pessoas é até simples, mas o que será feito quando o mar atingir outras ilhas e regiões costeiras de baixa altitude com milhões de habitantes? Estima-se que o próximo país a ser atingido sejam as Maldivas, com cerca de 1200 ilhotas, muitas a menos de 2 metros acima do nível médio das águas do mar, mas com 300 mil habitantes.

Adaptado de Época, 28/07/2003, e Visão, 22/03/2007."

in Arinda Rodrigues e João Coelho, Viagens, Geografia, Contrastes de Desenvolvimento e Ambiente e Sociedade, Texto Editores


Marta Pratas, nº18296

Carta Europeia da Água

A Carta Europeia da Água foi proclamada pelo Conselho da Europa no dia 6 de Maio de 1968, em Estrasburgo e surgiu no sentido de dar resposta ao problema que preocupa toda a Humanidade: a necessidade de água doce face ao aumento das populações, contaminação dos recursos hídricos alterações climáticas. 

1. Não  vida sem água. A água é um bem precioso indispensável a todas as atividades humanas.
2. Os recursos de águas doces não são inesgotáveis. É indispensável preservá-los, administrá-los e, se possível,aumentá-los.
3. Alterar a qualidade da água é prejudicar a vida do Homem e dos outros seres vivos que dela dependem.
4. A qualidade da água deve ser mantida a níveis adaptados à utilização a que está prevista e deve, designadamente,satisfazer as exigências da saúde pública.
5. Quando a água, depois de utilizada, volta ao meio natural, não deve comprometer as utilizações ulteriores que dela se farão, quer públicas, quer privadas.
6. A manutenção de uma cobertura florestal adequada, de preferência florestal, é essencial para a conservação dos recursos de água.
7. Os recursos aquíferos devem ser inventariados.
8. A boa gestão da água deve ser objeto de um plano promulgado pelas autoridades competentes.
9. A salvaguarda da água implica um esforço crescente de investigação, formação de especialistas e de informação pública.
10. A água é um património comum, cujo valor dever ser reconhecido por todos. Cada um tem o dever de a economizar e de a utilizar com cuidado.
11. A gestão dos recursos de água deve inscrever-se no quadro da bacia natural, de preferência a ser inserida no das fronteiras administrativas e políticas.
12. A água não tem fronteiras. É um recurso comum que necessita de uma cooperação internacional.

http://www.infopedia.pt/$carta-europeia-da-agua


Marta Pratas, nº18296