Despertou-me o interesse uma notícia de canto de página no dia 15 de Março, no jornal Metro,
onde se destacava (a género de nota de rodapé) a “Boa Notícia do dia” -“Portuguesa
no topo da União do Mediterrâneo”.
Mais correcto seria
dizer União Para o Mediterrâneo, pois esse era realmente o objectivo da sua
criação. A União para o Mediterrâneo surge de modo a remodelar o “Processo de
Barcelona” que, em 12 anos, se tinha mostrado pouco eficaz.
A 13 de Julho de 2008
foi então iniciado o projecto que tinha por fim reforçar as relações entre a
Europa e os países terceiros mediterrânicos no âmbito de uma Parceria
Euro-Mediterrânica reforçada, com objectivos concretos para os cidadãos e para a
região.
Apesar de algumas
correntes contra o projecto este prosseguiu em grande parte devido à
intervenção da Alemanha, que, embora não tendo costa no Mediterrâneo, está
muito envolvida na região devido aos seus interesses económicos. A UPM
converteu-se numa instituição dos Vinte Sete Estados-Membros
da União Europeia aos quais se junta a Albânia, Argélia, Bósnia-Herzegovina,
Croácia, Egipto Israel, Jordânia, Mauritânia, Mónaco, Montenegro, Marrocos,
Autoridade Palestiniana, Síria, Tunísia e Turquia.
O Projecto, fortemente
ligado às assumidas preocupações ambientais da União Europeia têm no entanto
tido várias dificuldades em vingar. Cinco anos de UPM pôs em destaque que o
conflito israelo-palestiniano, que tinha congelado o processo, paralisou também
a sua nova versão. Juntando-se-lhe os conflitos que iniciaram o movimento da
“Primavera Árabe que constituem outro relevante impedimento para a prossecução da iniciativa da UPM. Além destes conflitos, há que ter em conta
alguns conflitos internos, como o que opõe Marrocos à Argélia no Sahara
Ocidental, que torna inviável a grande auto-estrada de comunicação no Magrebe
ou a posição da Líbia, que considera a cooperação com a Europa como um regresso
ao colonialismo.Por fim, a União do Mediterrâneo afundou-se definitivamente
quando o próprio Nicolas Sarkozy apelou à guerra contra a Líbia.
Talvez
na tentativa de uma nova lufada de “ar fresco”, a ex-secretária de Estado dos
Assuntos Europeus, Teresa Gonçalves Ribeiro, foi escolhida para
secretária-geral adjunta da União para o Mediterrâneo, no momento em que se
verifica uma nova reestruturação da UPM. Será agora que se irão alcançar os
objectivos fundadores deste organismo e serão tomadas medidas concretas e
concertadas para a Protecção do Mediterrâneo?
Ana Maria Veiga de Macedo Guedes Cardoso, nº16478
Ana Maria Veiga de Macedo Guedes Cardoso, nº16478
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