quinta-feira, 28 de março de 2013

Portuguesa no topo da União para o Mediterrâneo


Despertou-me o interesse uma notícia de canto de página no dia 15 de Março, no jornal Metro, onde se destacava (a género de nota de rodapé) a “Boa Notícia do dia” -“Portuguesa no topo da União do Mediterrâneo”.
Mais correcto seria dizer União Para o Mediterrâneo, pois esse era realmente o objectivo da sua criação. A União para o Mediterrâneo surge de modo a remodelar o “Processo de Barcelona” que, em 12 anos, se tinha mostrado pouco eficaz.
A 13 de Julho de 2008 foi então iniciado o projecto que tinha por fim reforçar as relações entre a Europa e os países terceiros mediterrânicos no âmbito de uma Parceria Euro-Mediterrânica reforçada, com objectivos concretos para os cidadãos e para a região.
Apesar de algumas correntes contra o projecto este prosseguiu em grande parte devido à intervenção da Alemanha, que, embora não tendo costa no Mediterrâneo, está muito envolvida na região devido aos seus interesses económicos. A UPM converteu-se numa instituição dos Vinte Sete Estados-Membros da União Europeia aos quais se junta a Albânia, Argélia, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Egipto  Israel, Jordânia, Mauritânia, Mónaco, Montenegro, Marrocos, Autoridade Palestiniana, Síria, Tunísia e Turquia.
O Projecto, fortemente ligado às assumidas preocupações ambientais da União Europeia têm no entanto tido várias dificuldades em vingar. Cinco anos de UPM pôs em destaque que o conflito israelo-palestiniano, que tinha congelado o processo, paralisou também a sua nova versão. Juntando-se-lhe os conflitos que iniciaram o movimento da “Primavera Árabe  que constituem outro relevante impedimento para a prossecução da iniciativa da UPM. Além destes conflitos, há que ter em conta alguns conflitos internos, como o que opõe Marrocos à Argélia no Sahara Ocidental, que torna inviável a grande auto-estrada de comunicação no Magrebe  ou a posição da Líbia, que considera a cooperação com a Europa como um regresso ao colonialismo.Por fim, a União do Mediterrâneo afundou-se definitivamente quando o próprio Nicolas Sarkozy apelou à guerra contra a Líbia.
Talvez na tentativa de uma nova lufada de “ar fresco”, a ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Teresa Gonçalves Ribeiro, foi escolhida para secretária-geral adjunta da União para o Mediterrâneo, no momento em que se verifica uma nova reestruturação da UPM. Será agora que se irão alcançar os objectivos fundadores deste organismo e serão tomadas medidas concretas e concertadas para a Protecção do Mediterrâneo?

Ana Maria Veiga de Macedo Guedes Cardoso, nº16478

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